23 de fevereiro de 2011

County Galway, Irlanda

Voltar a visitar o Condado de Galway ou County Galway onze anos depois de um de nós ali ter estagiado e vivido foi sem dúvida interessante.
Em onze anos muito aconteceu.
Fizemos comparações acerca de Galway de então com Galway de hoje... Fizemos comparações acerca das nossas vidas de então e a nossa vida em comum de hoje.

As primeiras comparações começaram em Kinvarra, uma pitoresca vila de pescadores, localizada no Litoral Sul da famosa Baía de Galway, onde se pode visitar o notável Dunguaire Castle.
Acredita-se que este Castelo do século XVI é um dos mais fotografados em toda a Irlanda, por se encontrar aberto ao público todos os anos entre os meses de Maio e Outubro, período em que se realiza, todas as noites, um banquete medieval animado por artistas fantasiados que recitam literatura irlandesa e tocam música tradicional Celta.


Na cidade de Galway muito pouco mudou, as ruas continuam coloridas, repletas de turistas e estudantes universitários.
O mercado centenário continua a realizar-se todos os sábados junto à Igreja St. Nicholas e no meio de novos animadores de rua ainda é possível encontrar aqueles que continuam fiéis ao seu dom.
A bebida preferida dos Irlandeses continua a ser a cerveja Guinness e os pubs continuam concorridos e animados com música Celta ao vivo tal como antes.

O melhor de Galway continua a ser caminhar ao longo da Quay Street, da High Street, da Shop Street e da William Street. Foi exactamente isso que fizemos antes de visitar qualquer outro lugar da cidade. Quem por ali caminha sabe que a atmosfera é única e impossível replicar.

A não perder é o Lynch's Castle, situado na esquina da Shop Street e da Abbeygate Street que nos dá uma vaga ideia do que foi Galway outrora. Hoje, este Castelo que ainda permanece intacto, abriga o banco AIB.


Já em Eyre Square, praça da cidade e local de encontro de muitos jovens, poderá encontrar o posto de turismo e marcar visitas às redondezas ou apenas pedir mapas ou dicas da cidade.


Locais para comer não faltam pela cidade, no entanto decidimos ir ao restaurante The Skeff, onde para além da decoração magnífica do restaurante e pub se degustava, há onze anos, a melhor comida típica Irlandesa em toda a cidade.
A decoração continua intacta, acolhedora e repleta de charme, no entanto no que diz respeito à comida, essa, já não tem nada de típico e na ementa apenas se encontram pratos contemporâneos dos "quatro cantos do mundo". Desiludidos com a ementa, decidimos pedir uma lasanha e um stir-fry de vegetais coberto com molho de ostras, que graças à sua qualidade, rapidamente nos fez esquecer qualquer prato típico Irlandês.


Aproveitámos para caminhar um pouco pela cidade, para atravessar o Rio Corrib, um dos mais curtos da Europa, e apreciar a rapidez com que este se funde com o Atlântico.
Visitámos o famoso Spanish Arch, situado na margem esquerda do Rio Corrib, um remanescente de um bastião do século XVI que na época foi acrescentado às muralhas da cidade para proteger os navios mercantes de saques.
Este arco hoje simboliza o antigo comércio com Espanha, cujos galeões muitas vezes ali ancoravam sob sua protecção.


Ao anoitecer passámos junto ao que resta do antigo forte da cidade e junto à pequena marina.


Entrámos nos três pubs mais concorridos da cidade, onde se assiste a música Celta ao vivo a partir das 21 horas, e foi no pub "The Quays" situado no número 11 da famosa Quay Street que passámos parte da nossa noite.
Quem olha para a fachada deste pub não imagina o que pode encontrar lá dentro.
A decoração do seu interior foi importada de uma igreja medieval francesa, desde vitrais, madeira entalhada, arcos góticos, bancos, entre outros objectos.
Este é sem dúvida o lugar para se estar em Galway, sempre com óptimo ambiente, mas ao mesmo tempo bastante concorrido, prova da sua popularidade entre habitantes locais e até turistas.

Se o visitar não deixe de percorrer o espaço e de subir ou descer aos diferentes níveis do pub.


Para finalizar a noite, pois estava a ficar tarde, caminhámos um pouco pelas ruelas da cidade até chegar à Catedral, situada nas margens do Rio Corrib.


E no dia seguinte, foi exactamente pela Catedral de Galway que começámos a nossa visita.
A construção desta começou em 1958 no local da antiga cadeia da cidade e hoje representa a construção em pedra mais recente entre as grandes catedrais da Europa.


No seu exterior destaca-se a altura da cúpula, 44,2 metros, o que faz desta um forte marco no horizonte da cidade.
No seu interior destacam-se os vitrais em forma de roseta.


A não perder também é a "National University of Ireland", muito próxima da Catedral.
A sua construção data de 1840 e ao longo dos anos o seu papel tem vindo a crescer no que diz respeito à vida cultural de Galway.
Hoje, para além de universidade, é também um local usado para eventos musicais, literários e desportivos.
Se visitar a universidade não deixe de visitar o museu, a galeria de arte e o teatro.


Após a visita a Galway, decidimos apanhar a estrada N59 com destino a Connemara, no entanto, até lá chegarmos parámos diversas vezes.
Parecia que quanto mais andávamos, mais bonita se encontrava a paisagem.


Entre Oughterard e Maam Cross, junto à estrada N59 fica a famosa Quiet Man Bridge, cujo nome lhe foi atribuído após ter sido cenário para o filme de 1952 "The Quiet Man" ou "O Homem Tranquilo" do realizador John Ford, de cujo elenco principal fizeram parte John Wayne e Maureen O'Hara.
O filme chegou a ser considerado um dos 100 melhores filmes já feitos.

A ponte está numa condição quase idêntica à de 1951, no entanto, dizem os poucos habitantes locais, que muitas pedras chegaram a ser dali retiradas por turistas como recordação.


Tal como no County Clare, também no County Galway avistámos por várias vezes os típicos montes de turf, ou seja, o mais tradicional combustível irlandês, um composto à base de erva e lama extraído do solo e que substitui a lenha.


Praticamente toda a viagem de Galway até Connemara é feita junto à água, do lado direito, encanta a viagem, o grandioso Lago Corrib e do lado esquerdo, o maravilhoso Lago Bofin.


Passa-se também pelo Lago DerryClare e pelo Lago Inagh, ambos a uma curta distância do nosso tão desejado destino, Connemara.


Tal como o Shamrock, ou trevo, as ovelhas também passaram a ser um símbolo da Irlanda, isto graças à sua elevada quantidade.
Há quem diga que o número de ovelhas na Irlanda passa do dobro dos habitantes do país. Se isto é verdade ou não, não sabemos, mas que não passam despercebidas, é uma realidade.


A Ilha da Irlanda é conhecida por Ilha Esmeralda devido à cor verde presente na paisagem, aos lagos que lhe oferecem um quê de romantismo e, claro, à atmosfera singular que ali se vive e que em grande parte é criada pelo hospitaleiro povo Irlandês.
Prova disso é esta fotografia do Lago Pollacappul na nossa chegada a Connemara.


Pequeno vídeo da Kylemore Abbey em Connemara.


A Kylemore Abbey, situada na base da montanha Druchruach, é considerada um dos edifícios mais românticos de toda a Irlanda e um dos mais procurados pelos turistas.
Foi construído em 1867 como sendo um castelo, no entanto em 1920 é comprado pela ordem das Freiras Benedictine.
Muito aconteceu ao longo dos anos, no entanto só em 1993 é que parte da Abadia é aberta ao público.

A Kylemore Abbey encontra-se aberta ao público durante todo o ano e para além da Abadia pode visitar-se também a Igreja Neogótica, os Victorian Walled Gardens, a Oficina de Artesanato, a Oficina de Cerâmica, o lago e a floresta.

O preço do bilhete varia entre o Verão e o Inverno, no entanto ficam mais baratos se comprados on-line no próprio site da Abadia.


Para comer em Connemara, não deixe de experimentar o café Mitchell, junto à Kylemore Abbey.
Servem óptimos pratos tradicionais irlandeses e as suas sopas, acompanhadas por largas fatias de pão tradicional caseiro, são famosas por serem confeccionadas com produtos crescidos na horta dos famosos jardins da Abadia.
A tarte de maça quentinha, essa, tal como eles publicitam, é a melhor de todos os tempos.


Chegada a hora de voltar e ainda com uma longa viagem de cerca de 171 quilómetros pela frente até ao aeroporto de Shannon, já não nos atrevemos a parar para visitar muitas mais atracções.
Uma das últimas foi muito breve, apenas para admirar e fotografar o exterior do magnífico Aughnanure Castle.
Encontra-se aberto entre a Primavera e o início do Outono.


Se pretende relaxar e desfrutar de umas férias viradas para a natureza, não se esqueça, a Irlanda é o lugar a visitar.

2 comentários:

  1. Que delícia!

    Sou grande fã da Irlanda e posso atestar que não há nada como a comida tradicional local (que consegui provar nos arredores de Belfast, num pequeno inn longe do olhar dos turistas).

    A Apple Pie...sem comentários...MMMmmmmm! :D

    Bom fim-de-semana e obrigada por este presente!

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  2. Olá!
    Descobri o vosso blog agora e estou fã! Nunca estive na Irlanda -é um desejo antigo- e agora já tenho imensas dicas!! ** obrigada

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