26 de abril de 2012

Ilha de Gozo, Malta

Com cerca de 30 000 habitantes, Gozo é a segunda maior ilha do arquipélago de Malta. Por aqui vive-se essencialmente do turismo e da agricultura e por norma são os homens quem trabalha e traz o sustento para casa.

Gozo tem o seu próprio aeroporto, mas não foi por aí que lá chegámos. Apanhámos um ferry em Cirkewwa, na ilha de Malta, até Mgarr em Gozo, tendo a travessia demorado 25 agradáveis minutos.

Horários dos ferries da Gozo Channel click
Preço por pessoa: € 4.65 - este bilhete de ida e volta só é apresentado no regresso, por isso convém ser guardado até concluir as duas viagens.

Ao sairmos do ferry olhámos Mgarr, como se de uma tela se tratasse, imaginando de imediato que Gozo seria uma ilha bastante desenvolvida, mas depressa esta ideia ficou para trás.


Para visitar a Ilha de Gozo aconselhamos o aluguer de carro ou qualquer companhia de sightseeing .
Pois se todos os caminhos vão dar a Roma, por aqui todas as ruas vão dar a Victoria, a capital.


Victoria ou Rabat, assim lhe chamam os habitantes locais, foi o nosso primeiro destino.
A cidade é vibrante e repleta de charme, com inúmeras opções para se passar bem o tempo.

Bem no cimo da colina encontram-se as muralhas da Cittadella, cuja bela silhueta é visível de quase toda a ilha.
Estas muralhas são rigorosamente espessas, devendo-se este exagerado reforço aos Cavaleiros de St John que ali lutaram contra os Turcos e que por terem ganho uma batalha em 1565 passaram a temer uma eventual vingança dos mesmos.


E já no interior da Cittadella, na pitoresca Pjazza Katidral, fica a modesta Catedral Barroca projectada por Lorenzo Gafa, concluída em 1716, assim como vários museus e uma antiga prisão.
Bilhete para visitar a Catedral e o seu Museu: € 3.00


Com um magnífico labirinto de estreitas ruas encantadoramente degradadas, a Cittadella oferece vistas magníficas sobre toda a Ilha de Gozo, assim como uma possível vista de 360º.


As ruas são animadas por artistas, por meros locais e até mesmo pelos próprios turistas, que para além de quererem fazer chegar entretenimento a todas a pessoas, pretendem também receber gratificações para pagar apenas a manutenção de seus instrumentos de trabalho.



Já no exterior da Cittadella não deixe de visitar a basílica de St George, considerada uma das igrejas liturgicamente mais activas em Gozo.
Antes de visitar o seu interior, aproveite para apreciar a porta principal da mesma, a "porta salutis", considerada a porta da salvação para muitas centenas de pessoas que procuram consolo e graça divina nesta igreja.
No interior está uma estátua de St George esculpida a partir de uma única árvore.

Por aqui não estranhe ver nomes junto à porta de cada casa, pois os Gozitanos para além de as numerarem, também lhes dão nomes que variam entre cidades estrangeiras, Santos, direcções do vento e até virtudes.
A maioria inclui o nome do proprietário e, muitas vezes, uma combinação de nomes. Por exemplo, se um marido e mulher são chamados de Ricardo e Maria, a casa pode ser chamada Rimar.
Ou seja, por ali todos os nomes são possíveis à excepção de nomes de equipas de futebol.


Entre Victoria e Gharb, a caminho do Santuário Ta'Pinu, ficam os restos do aqueduto, construído no século XIX durante o período colonial britânico.
O objectivo do aqueduto era abastecer os Gozitanos com água fresca a partir da colina Għar Ilma até ao reservatório de água propositadamente construído em Victoria, a Capital.
Após o fim da sua utilização, quando a água começou a ser bombeada electricamente, o aqueduto caiu em desuso e, portanto, partes dele estão em ruínas. No entanto muitos dos seus arcos ainda estão de pé permitindo que os visitantes mais curiosos sigam o rastro do aqueduto até à colina Għar Ilma, a partir da qual se pode apreciar a inesquecível paisagem rural Gozitana.


Muito próximo da segunda vila mais antiga de Gozo, Gharb, visitámos o Santuário Ta'Pinu.
O Santuário foi construído em estilo neo-romântico, é todo cor de pedra ocre, tendo a sua torre sineira cerca de 61 metros de altura.
Dentro da igreja há 6
magníficos mosaicos e 76 janelas.
A ala esquerda do Santuário conta com uma sala dedicada aos milagres relacionados com este espaço e outra onde se encontra uma colecção fascinante de ofertas pitorescas de peregrinos a este local.


Em Xaghra visitámos o Templo megalítico Ggantija, mil anos mais velho que a mais antiga Pirâmide.
Foi construído antes da invenção da roda e muito antes da existência de qualquer ferramenta em metal, este templo data de 3600-3200 a.C.


Muito antes de ser dada qualquer atenção oficial a este espaço, os moradores já o respeitavam, no entanto só em 1827, após inúmeras visitas de artistas franceses e alemães, o vice-governador de Gozo deu ordem para se limpar parcialmente o local, no entanto acredita-se que esta decisão causou vários danos.
Bastante mais tarde, em 1980 o Templo Ggantija foi declarado Património Mundial pela UNESCO.


De acordo com as crenças Maltesas, e porque Ggantija significa "torre gigante" o povo afirma que foi uma mulher gigante quem mandou erguer o espaço para sua adoração privada.
Cálculos recentes sugerem que o templo teria levado mais de 15.000 dias de homem a construir. Gigantes teriam concluído o mesmo muito mais rápido!
Aberto todos os dias das 9h00 às 17h00
Fecha todos os anos na Sexta-feira Santa, 24, 25, 31 de Dezembro e 1 de Janeiro.
Bilhete para visitar o Templo Ggantija e o Moinho Ta'Kola: € 10.00

O Moinho Ta'Kola, construído em 1725, é o único sobrevivente de doze moinhos construídos pelos cavaleiros.

E para uma pausa, nada como um Qaghaq tal-ghasel.
Bom, não sabemos como se pronuncia, mas este é o nome para o tradicional bolo maltês, que na realidade é um doce de Natal, mas que em qualquer dia do ano se encontra em qualquer esquina, a qualquer hora.


Depois de recarregarmos as nossas energias seguimos em direcção à ponta oeste da ilha com o intuito de apreciar a tão famosa paisagem costeira de que tanto ouvimos falar.
No entanto, até chegarmos a este trecho da costa, conhecida como Dwejra, tivemos oportunidade de apreciar outro espectacular marco natural, a flora predominantemente selvagem, mas bela.


Já em Dwejra, onde a geologia, o tempo e o mar se reuniram produzindo uma das paisagens mais notáveis do arquipélago de Malta, visitámos a famosa Fungus Rock, ou "Il-Gebla tal-Geral", como é conhecida localmente.
Esta enorme rocha é de extrema importância para os Gozitanos visto os Cavaleiros de St John terem descoberto uma planta rara com propriedades medicinais que apenas cresce no cimo da mesma.


Dwejra, foi abençoada com lindos penhascos e um litoral rochoso importante pelos restos fossilizados de criaturas do mar datadas do período Miocénico.
É aqui que poderá visitar também uma das vistas mais fotografadas da ilha, a Azure Window, um enorme arco de pedra com cerca de 50 metros de altura e talvez o fenómeno natural mais espectacular das Ilhas Maltesas.
Este esplêndido recurso geológico, popular entre mergulhadores e que tem servido de cenário para diversos filmes, pode ser mais bem visto a partir de um ângulo diferente, se apanhar um pequeno barco na baía de Dwejra junto ao mesmo.


Para almoçar dirigimo-nos para sudoeste, até uma antiga vila de pescadores amarrada entre penhascos poderosos, a Baía de Xlendi.
Xlendi foi recentemente transformada numa atracção turística, equipada com vários apartamentos de férias, hotéis, bares e restaurantes.


Onde comer: Não sabemos se o restaurante "Churchill" foi a melhor opção, pois não tínhamos tempo a perder e era imperativo para nós comer junto à Baía de Xlendi, pois o ambiente é sem dúvida singular.
Comemos um "Spaghetti Rabbit Sauce", ou seja, esparguete com molho de coelho e uma "Ftira la Ghawdxija Pizza", uma Pizza ao estilo Maltês.


Este restaurante tem uma óptima vista sobre a baía, o que tornou a refeição ainda mais agradável, pois durante a mesma tivemos direito a observar uma lição de mergulho.


Já de volta para a capital, Victoria, passámos por Fontana onde visitámos os lavadouros construídos a partir de nascentes de água que levaram vários Gozitanos a procurar esta zona para viver.
No século XVI foram construídos abrigos em forma de arco para facilitar o trabalho de quem os usava.


Foi também em Fontana que tivemos oportunidade de ver como é feita a renda de bilros, que ali foi introduzido pela primeira vez pelos Cavaleiros de St. John.
Esta renda de bilros tornou-se por ali extremamente popular para rufos e golas durante os séculos 16 e 17 e ao longo do tempo foi-se diferenciando de todas as rendas em todo o mundo, graças às suas próprias características e padrões fixados.
Hoje em dia, depois de estas tarefas se terem industrializado, é uma sorte ver uma senhora à porta de casa a fazer renda tal como acontecia há séculos atrás.


Top 12 - A não perder:

1. A capital, Victoria, também conhecida por Rabat
2. Os lavadouros de Fontana
3. Templos Ggantija / Takola
4. Baía de Xlendi
5. Museu do Folclore
6. Gharb - Santuário Ta'Pinu
7. Porto de Mgarr
8. Djwera
9. Azure Window
10. Fungus Rock
11. Centro de artesanato
12. Passeios de barco

5 comentários:

  1. Olá Ana Luísa!!
    Obrigada por me seguir e colocar o meu blog no seus links!! Eu adorei o seu espaço!!
    As suas fotos são lindas!!!
    Beijinhos

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  2. Excelente reportagem!!
    Boas viagens! :)

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  3. Fiquei cheia de vontade de visitar Malta!Belas fotos, belo guia de viagem! -:)))

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  4. Primeiro gostaria de dar os parabéns pelo o seu blogue de Viagens, tenho lido bastantes artigos nele.
    Relativamente a pesquisa de Hoteis, decidi escrever para apresentar um site, que conheço há alguns dias, e no qual já estou inscrito. É uma plataforma que te ajuda a planear as férias. Podemos encontrar os melhores hotéis, aos melhores preços através do motor de busca. Podemos ver a descrição do hotel, fotos e opiniões de utilizadores, bem como comparar preços. Mas o Trivago não se fica pelos hotéis. Os utilizadores podem partilhar a sua experiência em relação a locais de interesse turístico como museus, monumentos, restaurantes e praias, descrevendo o local, classificando-os e mostrando as suas fotos. Por cada experiência que se partilha, o sistema adicionará “milhas” à nossa conta. O valor das milhas atribuídas depende sempre do conteúdo do que se publica. Depois, podemos trocar essas milhas por dinheiro e receber na nossa conta paypal. Veja o o site e o meu perfil http://www.trivago.pt/nunojesus-617288m

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  5. Boa noite, desculpe o incómodo mas gostaria de saber qual a ilha mais indicada para se fazer praia, com hotéis/estadias acessíveis e quais os custos inerentes.
    Se conseguir adiantar algo agradeço.
    Cumprimentos, Ruben Moreira

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