25 de novembro de 2010

Budapeste, Hungria

1873 foi o ano em que Buda e Peste se fundiram oficialmente formando aquela que é hoje a grandiosa capital da Hungria, Budapeste. No entanto, na hora de ser visitada não há turista que não a "redivida" tendo como apoio principal o rio Danúbio.

Buda, aquela que fica na colina, no distrito do Castelo, é a mais antiga, a mais aprazível, a mais cuidada, a mais limpa, não fosse essa zona aquela onde se encontram as mais elegantes casas e edifícios públicos medievais, barrocos e oitocentistas.


Não subimos à colina no funicular (bilhete só de ida 850 FT/ por pessoa), optámos por fazê-lo a pé, de forma livre, económica e sem tempo contado, para podermos obter as melhores vistas sobre Peste e sobre o rio Danúbio. No entanto para os que preferirem fazê-lo de forma menos cansativa o autocarro 16 parte de Moszkva tér.
Os eléctricos 4 e 6 também ficam próximos do destino.


Visitámos alguns dos espaços que fazem parte do complexo do castelo, mas com alguma precaução para que a visita não se tornasse aborrecida. Seria impensável visitar todos aqueles edifícios, do qual fazem parte: o Palácio Real, Galeria Nacional, Museu Histórico de Budapeste, Museu de Arte Contemporânea (Colecção Ludwig) e Biblioteca Nacional Széchenyi .


Relaxados, continuámos a nossa caminhada até chegar à Igreja de São Matias, cujo nome lhe foi atribuído em homenagem ao Rei Matias que ali casou duas vezes.
No exterior desta igreja de coroações e casamentos reais destaca-se o telhado colorido constituído por azulejos hexagonais que formam entre si inúmeras flores, entre outros padrões.
Foi destruída e reformada diversas vezes, reflectindo na perfeição a turbulenta história da cidade, no entanto só entre 1950 e 1970, após ter sido bombardeada e incendiada pelos Soviéticos em 1944-45, foi iniciada a reconstrução e adornos do telhado que hoje ali se encontra agradavelmente disposto.
Bilhete: 750 FT


Ao lado fica o Bastião dos Pescadores, Halászbástya, um terraço composto por 7 torres redondas que representam as 7 tribos magiares, a partir do qual a vista sobre o Parlamento é sumptuosa.

Em seguida, e porque já convinha fazer uma pausa, parámos na deliciosa Ruszwurm.


Aberta desde 1827, a Ruszwurm é pastelaria mais antiga e com melhor reputação em Budapeste. Já em meados de 1800 Isabel da Áustria (Sissi), Imperatriz da Áustria e Rainha da Hungria pedia a seus empregados que lhe trouxessem bolos dali para o seu pequeno-almoço.
O espaço é tão pequeno e tão procurado pelos turistas que é necessário esperar cerca de 30 a 40 minutos para se conseguir uma mesa.
A escolha dos bolos é sem dúvida difícil de fazer, no entanto o destaque vai para o Strudel de maçã, para o Dobos e para o Linzer, cujo nome deste último foi atribuído em homenagem a Rudolf M. Linzer, grande amigo de Antal Müller, assistente do falecido dono deste espaço, após se terem conhecido na cadeia na altura da revolução de 1848/49.
Caso opte por se sentar no interior aproveite para apreciar o mobiliário, todo ele ainda original.


Endereço: Szentháromáag U. 7
1014 Budapeste

Buda é sem dúvida uma zona pitoresca e até romântica onde as características de cada edifício, rua e viela permanecem intactas mas bem conservadas.


Menos bem conservada está a Igreja de Santa Maria Madalena construída no século XIII especialmente para os cidadãos Húngaros que não tinham permissão para rezar na Igreja de São Matias. Dela apenas sobrou a torre e a estrutura daquilo que foi outrora uma linda e gigante janela.


Ainda em Buda, mas um pouco mais distante do distrito do Castelo fica a Citadella na Colina Gellert, onde se pode visitar o Forte e apreciar a imponente Estátua da Liberdade.


Facilmente se vê esta estátua a partir de qualquer ponto de Budapeste.

Para finalizar a visita a Buda, não deixe de visitar os Banhos Gellert que ficam no edifício do Hotel Gellert . Este enorme Spa, em estilo Arte-Nouveau, foi construído em 1918, tendo piscinas internas e externas, espaços termais, sauna e diferentes tipos de massagem.
Embora os Banhos Gellert sejam bastante famosos, poucos são os turistas que têm percepção da importância destes na vida dos habitantes de Budapeste. Acreditámos que este espaço fosse mais para turistas, mas de facto a adesão dos próprios Húngaros reina.


No interior destaca-se toda a decoração e principalmente as colunas de mármore de estilo romano em volta da piscina interna.
Na piscina externa destacam-se as ondas provocadas por um mecanismo especial.

Fazíamos muita questão de ver a Ponte das Correntes (Széchenyi Lánchíd) ficar iluminada, então decidimos ir caminhando em direcção ao Parlamento.


Aguardámos cerca de 45 minutos juntamente com outros turistas que esperavam o mesmo e sem dúvida que o cenário ficou ainda mais bonito com o reflexo de todas aquelas lâmpadas no escuro rio Danúbio.


Peste, a zona mais plana de Budapeste, tem imenso para visitar, no entanto o edifício mais popular é sem qualquer margem de dúvida o Parlamento.
O edifício estende-se 268 metros ao longo do talude do rio Danúbio, tem 691 salas e é o terceiro maior parlamento do mundo e segundo maior da Europa.


A sua arquitectura foi em parte inspirada no Palácio de Westminster em Londres, no entanto foi o arquitecto húngaro, Imre Steindl, quem expôs os planos na sua totalidade. As suas torres e arcos neo-góticos estão lindamente ornamentados e são o marco histórico mais proeminente em Peste.
As paredes exteriores encontram-se decoradas com estátuas de monarcas húngaros e comandantes militares.
Pode ser visitado todos os dias excepto terças-feiras, dia em que o Parlamento está em sessão.


Acesso pela Praça Kossuth Lajos.
Visita grátis para cidadãos Europeus.

A Basílica de St. Estêvão, estilo neoclássico, é outro local muito visitado, sendo o seu nome uma homenagem ao primeiro rei da Hungria.
No altar principal está a estátua de St. Estêvão esculpido em mármore branca de Carrara.
Tem espaço para 8500 pessoas sendo a maior igreja de Budapeste.
Nela está o tesouro mais sagrado da Hungria, a mumificada mão direita de St Estêvão.


A cúpula não é a original uma vez que essa ruiu em 1868, mas não deixa de ser imponente em tamanho e beleza.
Visita só à nave é grátis, visita completa com guia em Inglês 2000 FT (necessário solicitar previamente), sem visitar a cúpula: 1500 FT


Aberta: 9h00-17h00 todos os dias, no inverno: 10h00-16h00

A rua Váci ou Váci utca, em Húngaro, é uma elegante rua pedonal que começa na Praça Vörösmarty e termina em frente ao Mercado Central.


À medida que a fomos percorrendo fomos olhando ocasionalmente para os edifícios para admirar as suas fachadas. Foi no nº 9 que Mozart deu um concerto aos 11 anos de idade.
Aqui fica a Gerbeaud Cukrászda, pastelaria famosa pelo seu serviço e decoração interior.
Para os que compram recordações, como bonecos e produtos artesanais, esta é a rua ideal.


O Mercado Central, também uma das grandes atracções em Peste, é o local ideal para comprar e provar produtos Gourmet.


Aberto todos os dias excepto aos domingos.
Endereço:Fővám tér, Peste (junto à Ponte da Liberdade)
Eléctricos: 2, 47, 49
Estação de metro mais próxima: Kálvin tér (linha azul M3)

É na rua Dohány 2-8 ou Dohány utca, em Húngaro, que fica a sinagoga judaica baptizada de Sinagoga Dohány.


Foi construída entre 1844-59 sendo a maior da Europa e a segunda maior do mundo. Fazem parte dela duas elegantes torres que simbolizam as duas colunas do Templo de Salomão.
O interior é de um requinte tal que convida mesmo a ficar por ali.


Esta sinagoga testemunhou acontecimentos trágicos durante a Segunda Guerra Mundial, sendo que ao lado desta se encontra o antigo gueto judaico onde milhares de pessoas morreram durante o inverno sombrio de 1944/45. No pátio da sinagoga fica um cemitério minúsculo, no entanto nele foram enterrados mais de 2000 Judeus.


Nas traseiras da sinagoga encontra-se a Árvore da Vida com 30 mil folhas onde estão gravados os nomes de vítimas do terror nazi que nunca foram encontradas.


Ainda nas traseiras da Sinagoga Dohány, junto à Árvore da Vida, está erigido outro memorial que recorda o Holocausto, e faz homenagem a todos aqueles que ajudaram a salvar muitos Judeus. Numa das pedras está gravado o nome do diplomata português, Carlos de Liz-Teixeira Branquinho, que em 1944 livrou mais de 800 Judeus dos campos de concentração.

De grande interesse também é o museu que se encontra junto à sinagoga e que resume aqueles anos sombrios assim como explica um pouco das tradições da religião Judaica.


Os bilhetes variam entre 1000 FT e 3400 FT, dependendo se quer um guia e do número de locais que vai visitar.
Nós optámos pelo bilhete de 1000 FT (sem guia, com acesso ao interior da sinagoga, ao pátio/ traseiras e ao museu).
Aos sábados, dia sagrado, não é permitida a entrada a turistas.

Metro mais próximo: Astoria ( M2)

Decidimos visitar a Praça dos Heróis ou Hősök tere, em Húngaro, então caminhámos ao longo da avenida Andrássy, onde ficam as lojas de grandes marcas, assim como a Ópera e o Museu do Terror, escusado será dizer que nos arrependemos imenso pois acabamos por ficar extremamente cansados dada a distância.
A melhor forma para lá chegar é via Metro: M1 (linha amarela), estação Hősök tere .


A Praça dos Heróis fica junto ao parque da cidade e tornou-se famosa a partir de 1896, altura em que foi construído o monumento para as celebrações do Millenium Húngaro.
Todo o monumento está relacionado com a história Húngara e tanto este como a avenida Andrássy passaram a Património Mundial da UNESCO em 2002.


O Castelo Vajdahunyad foi construído entre 1896 e 1908, é uma cópia de parte de um castelo situado na Transilvânia, Roménia e parece um castelo de contos de fadas uma vez que decoram-no diferentes estilos arquitetónicos como o estilo românico, gótico, renascentista e barroco.
Hoje abriga o Museu Agrícola para além de ser um dos espaços de eleição para festas e romarias.



Top 7
- a não perder em Buda:
1. Palácio Real
2. Igreja de São Matias
3. Bastião dos Pescadores
4. Ruínas da Igreja de Santa Maria Madalena
5. Banhos Gellért
6. Igreja da Caverna
7. Citadella

No rio Danúbio
1. Ponte das Correntes ou Széchenyi Lánchíd
2. Ilha Margaret

Top 9 - a não perder em Peste:
1. Parlamento
2. Basílica de St. Estêvão
3. Váci utca (rua)
4. Mercado Central
5. Ópera
6. Museu Nacional
7. Sinagoga Dohány e antigo gueto
8. Hősök tere - Praça dos Heróis
9. Castelo Vajdahunyad

Comer: Restaurante "KÁRPÁTIA"
Para uma refeição mais relaxada aconselhamos o restaurante Kárpátia, um dos mais antigos de Budapeste, aberto desde 1877. Serve pratos de cozinha tradicional húngara assim como pratos contemporâneos. Os preços são razoáveis caso se opte por um dos dois menus turísticos servidos todos os dias entre as 11h30 e as 15h00.
O primeiro menu: Entrada ou sobremesa e prato principal fica 1.500 FT por pessoa + 10 % para serviço, ou seja gorjeta.
O segundo menu: Entrada, prato principal e sobremesa fica 1.800 FT por pessoa + 10 % para serviço, ou seja gorjeta.


Ferenciek tere 7-8 H-1053
Budapest Tel.: +36 1 317 3596

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